terça-feira, 19 de outubro de 2010

Inesperado

Quando a noite cai e junto com ela a chuva torrencial que encharca o chão, não há outra coisa a se fazer a não ser esperar a chuva passar e torcer para que o céu se abra no dia seguinte, trazendo os raios por entre as nuvens de um sol maravilhoso e absolutamente reinante.

Mas, no intervalo entre o tempo fechado e os raios de sol por entre as nuvens, às vezes, existe uma breve trégua da tempestade que se transforma em leve brisa, aguçando os desejos, transformando a mente em campo aberto para a imaginação.

O fantástico é deixar fluir o inesperado e guiado pelo desejo se entregar à loucura. Surpreender, permitir ser surpreendido e se deixar viver a loucura que habitava outrora, sozinha, a mente.

A realidade é melhor, o toque é melhor que a imaginação do toque! Faz se sentir vívido. Concretizado o ato despertado pelo orvalho que da tempestade fora transformado, resta agora a colheita dos agradáveis frutos da loucura permitida...

Áh, quem dera fosse sempre assim, quem dera a coragem nunca faltasse, quem dera a maiêutica se realizasse todas as vezes que a noite chegasse, que a tempestade do céu cadenciasse, que em orvalho se transformasse e em algo maior se elevasse.